segunda-feira, 28 de março de 2011

Risco de radiação em alimentos

OMS alerta para risco de radiação em alimentos no Japão
O governo do país também suspende a venda de itens vindos de Fukushima
Pessoas se amontoam para comprar alimentos em Sendai, uma das cidades mais devastadas pelo Tsunami. Há temores de que a radiação afete a qualidade da comida no Japão (Toru Yamanaka / AFP)
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta segunda-feira que a radiação nos alimentos após o terremoto que danificou uma usina nuclear no Japão é mais séria do que o previsto. O alerta diminui o clima de otimismo que predomina desde que engenheiros conseguiram conectar cabos de energia a todos os seis reatores do complexo de Fukushima e ligaram uma bomba de água em um deles para reverter o superaquecimento que desencadeou a pior crise nuclear mundial em 25 anos.
Também nesta segunda, o governo japonês proibiu a distribuição de alguns alimentos procedentes de Fukushima e três províncias vizinhas, que foram contaminados pela radiação da central nuclear. Enquanto prosseguiam os esforços para controlar a temperatura dos reatores, a radioatividade na região contaminava alguns alimentos, como o leite, o espinafre e uma verdura local similar, conhecida como "kakina".
A descoberta alarmou os consumidores, mas o governo insistiu que o nível de radiação, mesmo acima dos limites legais, não é prejudicial à saúde, exceto se certos alimentos forem consumidos repetidamente. Ainda assim, por precaução, as autoridades restringiram a distribuição de leite, espinafre e kakina procedentes de Fukushima. Nas províncias vizinhas, como Ibaraki, Gunma e Tochigi, a venda dos dois vegetais também foi limitada.
O porta-voz do governo, Yukio Edano, pediu aos cidadãos que não entrem em pânico e mantenham a calma e assegurou que os produtos que já foram para os mercados "não vão causar nenhum dano à saúde dos consumidores". As medidas são temporárias e sua duração dependerá do que for determinado nas verificações de radiação, disse Edano, que ressaltou que a prioridade agora é "solucionar a situação na usina nuclear".
A contaminação dos alimentos também se tornou um sério problema para os agricultores. Por isso, o governo japonês anunciou nesta segunda-feira que haverá indenizações para aqueles que foram afetados e assegurou que adotará medidas para evitar a disparada dos preços.
Água - Os danos nos reatores da central de Fukushima I fazem com que, diariamente, os níveis de radioatividade tenham que ser medidos em toda a região. Segundo o governo, no entanto, os índices não aumentaram. Foi detectada a existência de substâncias radioativas na água de nove províncias, incluindo Tóquio, embora também neste caso as autoridades insistam que os níveis estão muito abaixo dos limites e não representam perigo à saúde. A única exceção fica na própria província de Fukushima, onde as autoridades recomendam não beber água corrente. (veja.abril)

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