Preservar os recursos hídricos e melhorar o ambiente em que vivemos devem ser propósitos de todos nós
Comemora-se, em 22 de março, o Dia Mundial da Água, que neste ano tem como tema “Água para as cidades: respondendo ao desafio urbano”. A data nos leva à reflexão, mas também tem por objetivo incentivar governos, organizações, comunidades e indivíduos a atuarem na superação das grandes dificuldades que o Brasil e o mundo enfrentam na gestão da água.
Existe uma necessidade de atuação mais efetiva no que se refere aos recursos hídricos, em termos de investimentos, políticas de planejamento, atuação e educação. Mas, cada um de nós pode dar sua contribuição para melhorar a qualidade da água e do ambiente em que vivemos.
Como cidadãos devemos eliminar o descarte inadequado de resíduos como óleo de cozinha, pontas de cigarro, fio dental, preservativos, absorventes, cotonetes, entre outros, que entopem a tubulação e que se não tratados chegam a rios e mananciais. Também devemos evitar o desperdício – fechar as torneiras, eliminar vazamentos, não lavar as calçadas com mangueiras, tomar banhos rápidos, etc. – e ensinar nossos filhos a fazerem o mesmo.
Como empresários devemos desenvolver e utilizar soluções e tecnologias confiáveis, capazes de ajudar na conservação dos recursos hídricos, com eficiência assegurada para evitar a poluição e possibilitar o reaproveitamento. Como governantes, devemos legislar a favor do cuidado com a saúde e da melhoria da qualidade de vida das pessoas, mantendo os sistemas em perfeito funcionamento e aumentando o número de domicílios atendidos a cada ano.
Há muito a ser feito como um todo e estima-se que o país ainda perca mais de R$ 7 bilhões com desperdício de água anualmente. Porém já vemos progressos. Seja por força de legislação ou por conscientização, esforços estão sendo executados no sentido de melhorar as estatísticas nacionais na área de saneamento básico. O aquecimento do setor da construção civil – em habitação e infraestrutura – tem sido a força motriz de desenvolvimento, com tecnologias e sistemas mais eficientes de captação e tratamento de água e posterior reuso da água tratada, o que oferece ganhos às pessoas, ao ambiente e à economia.
Para se ter uma ideia, estudos do Instituto Trata Brasil, em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas – cujos resultados embasaram as estatísticas a seguir -, indicam que a redução dos casos de infecção intestinal causada pela falta de água tratada e esgoto no Brasil possibilitaria uma economia de R$ 745 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo dos anos. As empresas, em um ano, economizariam R$ 547 milhões em horas não trabalhadas por funcionários ausentes devido a problemas intestinais.
Com mais saúde, mais condições as pessoas terão para se desenvolver, gerando ganhos físicos e econômicos. Estima-se que a melhora da qualidade de vida, promovida pelo acesso à coleta de esgoto, aumente em 13,3% a produtividade e em 3,8% a renda do trabalhador. Além disso, a universalização dos serviços de esgoto pode proporcionar uma valorização média de até 18% dos imóveis. Com isso, eleva-se a arrecadação de impostos e mais recursos para investimentos, num ciclo virtuoso de aquecimento econômico.
Intensificar os investimentos nessas áreas, nas esferas pública e privada, trará benefícios ao Brasil em diversos setores. O momento de realizá-los é agora. A preocupação com o melhor uso dos recursos hídricos deve ser um propósito de todos nós. Afinal, cuidar da água em todo o seu ciclo é vital para a sobrevivência humana. (EcoDebate)
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