terça-feira, 22 de março de 2011

Temer pelo futuro da energia nuclear. Ou não

1. Não é como Chernobyl. Esse acidente é muito menos catastrófico. Não há nenhuma perspectiva real de uma reação em cadeia descontrolada. O que ocorreu foi o derretimento de combustível em núcleos do reator, provocando a liberação de uma quantidade muito modesta de césio e outros produtos de fissão.
2. Ao mesmo tempo, esse é o pior acidente nuclear desde Chernobyl, e, em alguns aspectos, é pior que o de Three Mile Island, onde se conseguiu evitar uma explosão de hidrogênio. Neste caso, o Japão teve explosões de hidrogênio que destruíram parte dos edifícios de dois reatores.
3. Dada a enorme magnitude do terremoto, é impressionante que todos os reatores tenham conseguido, de início, desligarem-se automaticamente.
4. A razão para o desastre não ter sido pior foi que o sistema japonês tinha muitas precauções. Todos no setor nuclear são treinados para pensar nas precauções desde o primeiro dia. Por outro lado, somente o poder da Mãe Natureza seria provavelmente capaz de causar a escala de danos que se observou em vários reatores.
5. Os impactos psicológicos provavelmente serão mais amplos. Muitas pessoas poderão morrer ou ficar seriamente enfermas em decorrência desse acidente - embora isso, é claro, deva ser colocado no contexto das mais de 10 mil devem ter morrido por ação dos próprios terremoto e tsunami.
6. A percepção pública e de investidores sobre a segurança da energia nuclear em todo o mundo sofreram um golpe duro. Mas o certo é que a matriz energética é a melhor alternativa no combate às mudanças climáticas.

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