Consumo de eletricidade cresce 8,6% em fevereiro, diz EPE
O consumo de energia elétrica atingiu em fevereiro/14, o
nível mais alto dos últimos dez anos. Entre os consumidores de baixa tensão,
residenciais e comerciais, a alta foi de 14,6% em ralação a igual período do
ano passado. Os dados foram divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética
(EPE), são um novo alerta para o setor, que convive com o baixo nível dos
reservatórios.
O consumo de energia elétrica cresceu 8,6% em fevereiro de
2014 na comparação com igual período em 2013, passando de 40,251 mil GWh para
41,403 mil GWh. Os dados foram divulgados em 27/03/14 pela Empresa de Pesquisa
Energética (EPE). No acumulado do bimestre, o consumo ultrapassou 81 mil GWh,
com avanço de 6,8% ante igual período do ano anterior.
"A manutenção de temperaturas elevadas entre janeiro e
fevereiro tem acarretado a intensificação do uso de condicionadores de ar,
levando ao aumento do consumo de eletricidade nos lares e estabelecimentos
comerciais. Além disso, houve a influência de mais dias úteis", diz a EPE
em nota enviada à imprensa. A Resenha Mensal de consumo ainda não está
disponível no site da EPE.
Ainda segundo a nota, o consumo residencial avançou 13,3% em
fevereiro ante igual mês de 2013. Já o consumo do setor de comércio e serviços
expandiu 16,6%, e o consumo industrial, apenas 1,4% ante fevereiro de 2013,
"refletindo performance de segmentos eletro-intensivos".
Baixo nível das represas do Sudeste fez governo acionar as
termoelétricas.
Para atender à demanda, todas as termoelétricas estão em
operação, representado cerca de 28% do total da energia produzida. A situação
nos reservatórios também é crítica. Em 24/03/14 o Operador Nacional do Sistema
(ONS) já havia revisado para baixo as previsões para o nível de água em março,
de 38,2% para 36,9%. Em 2001, ano do racionamento, os reservatórios estavam em
34,53%. O governo nega risco de racionamento.
“A situação é de dois anos de seca, com chuvas abaixo da
média. Como o nosso sistema é hidroelétrico, sem água há problemas. Teríamos
mais segurança com mais termoelétricas na base da geração”, avalia o analista
Walfredo Ávila, presidente da consultoria Trade Energy.
Segundo ele, a tendência é de redução no consumo dos
próximos meses. “Dizer que não pode acontecer (um racionamento) seria
temerário. O momento é de precaução e observação”, completa.
Indústria
Outra justificativa para o aumento no consumo neste mês é a
maior incidência de dias úteis, pois o carnaval foi em março. A variação afeta,
sobretudo, o consumo comercial e industrial de energia.
O consumo de eletricidade pela indústria é usado como
termômetro do ritmo de produção. A avaliação do boletim é que o ritmo segue
“enfraquecido” no setor.
A região Sudeste, onde se concentra a maior parte do parque
industrial brasileiro, tem contribuído para a baixa aceleração do consumo. O
consumo industrial de fevereiro, na região, ficou 0,3% abaixo do registrado em
igual mês de 2013. Em São Paulo, a queda de 1,6% foi influenciada pelos setores
automotivo, de alumínio e químico. No Rio, o recuo de 2,6% foi puxado,
sobretudo, pelo setor siderúrgico. (OESP)
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