É pelo menos curioso o fato de as autoridades do setor energético terem tanta dificuldade em identificar as causas do apagão de 10 de novembro. Acidentes inesperados ocorrem, mas acidentes do vulto que ocorreu anteontem não podem ser tratados como um acontecimento trivial em que diferentes órgãos do governo jogam a responsabilidade uns sobre os outros.
O mínimo que se pode dizer sobre este evento é que existe confusão e falta de comunicação e transparência entre Furnas, Itaipu e a Operadora Nacional do Sistema (ONS). Ficou evidente a vulnerabilidade do sistema elétrico interligado do Sudeste do País, apesar das declarações ufanistas do governo que jamais repetiria os "erros" do governo FHC.
De fato, o apagão de 2001 poderia ter sido evitado ou pelo menos atenuado caso a interligação elétrica da Região Sul com o Centro-Sul não fosse tão precária, uma vez que, no auge da crise, sobrava energia elétrica no Sul que não pode socorrer o Centro-Sul. O que aconteceu - apesar das causas precisas ainda serem desconhecidas - é que quase toda a energia do Centro-Sul depende da integridade dos "linhões" de Itaipu, o que torna o sistema muito vulnerável.
Em meados dos anos 80 um apagão menor ocorreu em São Paulo por causa da pane nas linhas que trazem energia do Pontal do Paranapanema, o que levou ao desligamento das máquinas geradoras para protegê-las. Isto aconteceu no episódio de 10 de novembro e fala bem da proteção do sistema elétrico. O que falta é proteger a população do Sudeste - principalmente a metrópole de São Paulo - e, para isso, é preciso expandir o sistema de transmissão e criar caminhos alternativos para que a energia de Itaipu chegue até nós.
Esta é a vulnerabilidade básica do sistema. Ela pode ser conseguida multiplicando as linhas de transmissão ou criando mais polos geradores de energia que possam suprir a queda de algumas das linhas de transmissão. Uma possibilidade concreta para tal é a geração de eletricidade nas usinas de álcool do Estado usando bagaço de cana. Existe uma Itaipu (em potência elétrica) "adormecida" nos canaviais do Estado. Além disso, diversificar o sistema brasileiro em geral com geração à base de energia eólica ajudaria a reduzir as vulnerabilidades.
O governo precisa ter a humildade de reconhecer: temos sido beneficiados por São Pedro - tem chovido muito -, mas não pela operosidade dos órgãos encarregados de garantir fornecimento confiável de energia à população.
O mínimo que se pode dizer sobre este evento é que existe confusão e falta de comunicação e transparência entre Furnas, Itaipu e a Operadora Nacional do Sistema (ONS). Ficou evidente a vulnerabilidade do sistema elétrico interligado do Sudeste do País, apesar das declarações ufanistas do governo que jamais repetiria os "erros" do governo FHC.
De fato, o apagão de 2001 poderia ter sido evitado ou pelo menos atenuado caso a interligação elétrica da Região Sul com o Centro-Sul não fosse tão precária, uma vez que, no auge da crise, sobrava energia elétrica no Sul que não pode socorrer o Centro-Sul. O que aconteceu - apesar das causas precisas ainda serem desconhecidas - é que quase toda a energia do Centro-Sul depende da integridade dos "linhões" de Itaipu, o que torna o sistema muito vulnerável.
Em meados dos anos 80 um apagão menor ocorreu em São Paulo por causa da pane nas linhas que trazem energia do Pontal do Paranapanema, o que levou ao desligamento das máquinas geradoras para protegê-las. Isto aconteceu no episódio de 10 de novembro e fala bem da proteção do sistema elétrico. O que falta é proteger a população do Sudeste - principalmente a metrópole de São Paulo - e, para isso, é preciso expandir o sistema de transmissão e criar caminhos alternativos para que a energia de Itaipu chegue até nós.
Esta é a vulnerabilidade básica do sistema. Ela pode ser conseguida multiplicando as linhas de transmissão ou criando mais polos geradores de energia que possam suprir a queda de algumas das linhas de transmissão. Uma possibilidade concreta para tal é a geração de eletricidade nas usinas de álcool do Estado usando bagaço de cana. Existe uma Itaipu (em potência elétrica) "adormecida" nos canaviais do Estado. Além disso, diversificar o sistema brasileiro em geral com geração à base de energia eólica ajudaria a reduzir as vulnerabilidades.
O governo precisa ter a humildade de reconhecer: temos sido beneficiados por São Pedro - tem chovido muito -, mas não pela operosidade dos órgãos encarregados de garantir fornecimento confiável de energia à população.
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