quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Gestão Lula ''aparelhou'' o setor

Apagão pôs em xeque a gerência e a manutenção do sistema.
O apagão de terça-feira lançou dúvidas sobre a infraestrutura elétrica brasileira. Um problema tão grave poderia revelar tecnologia defasada. Especialistas, porém, descartam essa hipótese. Os equipamentos usados no sistema de transmissão nacional estão dentro dos padrões internacionais e não despertam preocupações. O problema pode estar, segundo eles, no gerenciamento e na manutenção. "É inegável que houve um aparelhamento político dos órgãos reguladores do sistema elétrico no governo Lula e isso pode ter prejudicado tanto a manutenção técnica quanto a fiscalização dos sistemas de segurança", criticou Otavio Santoro, sócio-diretor da Indeco, empresa especializada em soluções em energia.
O diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Eduardo Barata, disse que a entidade avalia a implementação de um novo software de gestão do setor em 2011. Segundo ele, os preparativos para a substituição do atual, usado há quase uma década, podem ter motivado as críticas atuais.
"O apagão pode ter servido como um alerta, mostrando que nem tudo está indo tão bem quanto fazem supor os investimentos constantes no setor", disse o diretor do Instituto Acende Brasil, Claudio Salles, lembrando que o consumidor de energia paga anualmente R$ 8 bilhões pelo transporte de energia em sua conta de luz. Na sua opinião, o governo deveria focar no desenvolvimento de fontes de geração mais próximas ao mercado, evitando sobrecarregar a rede de transmissão.
Já Mário Veiga, da PSR Consultoria, lembra que os investimentos feitos pelas empresas têm contribuído para melhorar sobremaneira o sistema, mas não há a transparência para permitir à sociedade visualizar o que já foi feito. Ele lembrou da lista de recomendações apresentadas em 2003, pelo então presidente da Eletrobrás, Altino Arantes Filho. Indagado, Barata comentou que só falta implementar um circuito alternativo que havia sido planejado entre Foz do Iguaçu e Cascavel (PR).
REFORÇO
O Plano de Ampliações e Reforços do SIN (PAR) para os anos de 2009 e 2011 só prevê uma obra relacionada ao sistema de escoamento de Itaipu: a instalação de uma unidade reserva do transformador de alta voltagem da subestação de Tijuco Preto, de Furnas. O plano, elaborado uma vez por ano, lista uma série de obras que têm como objetivo aumentar a capacidade de transmissão para a absorção de energia nova, além de garantir maior confiabilidade ao sistema.

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