Para especialista, outras fontes de energia são necessárias para diminuir efeitos de blecautes
Às 22h13 de 10/11/09, três linhas de transmissão de Itaipu pararam. Como num curto-circuito, 18 unidades da hidrelétrica desligaram simultaneamente. Distante dali 900 quilômetros, extensão da rede de transmissão da usina até o Estado de São Paulo, a cidade mais rica da América do Sul de repente apagou. A capital e 24 cidades da região metropolitana deixaram de receber energia e 16,5 milhões de casas ficaram no escuro. O metrô parou e milhares de paulistanos recorreram aos ônibus, que não chegavam por causa do engarrafamento provocado pela pane dos semáforos e o breu das ruas, o que também afetou a segurança pública.
Nos prédios, os elevadores pararam, o telefone ficou mudo, a internet só funcionou para quem tem 3G, e isso enquanto durou a bateria do celular, e milhões ficaram sem banho quente. Ou, banho nenhum, porque, sem energia, as máquinas que bombeiam a água para as residências na região metropolitana também pararam, as caixas particulares e reservatórios secaram e quase 7 milhões amanheceram, na quarta-feira, sem uma gota.
O risco do efeito dominó diante de uma falha na infraestrutura, como se viu com o apagão, aumenta na medida do crescimento da população e da extensão geográfica da mancha urbana, e consequente demanda por recursos naturais. "Grandes regiões metropolitanas como São Paulo exigem um nível alto de integração. Isso permite otimizar os pontos de produção de energia e de captação de água para distribuir os recursos a todos", diz o urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Polis.
Se a integração das redes é necessária, a solução para minimizar os efeitos em cadeia de apagão ou outra falha é diversificar as fontes, explica Nakano. No abastecimento de energia, as alternativas seriam mini centrais hidrelétricas de apoio, fontes de geração eólicas e alimentadas por luz solar. "Temos hoje cinco linhas de transmissão para abastecer a região Sudeste, mas todas estão conectadas à mesma rede e fonte. São Paulo é 100% dependente de Itaipu", explica o especialista.
A Eletropaulo informou ter outras fontes, mas admitiu que quando Itaipu para, desequilibra todo o sistema. Em resumo, para tudo. Inclusive o bombeamento da água que vem de longe. O Rio Tietê, que originalmente abastecia a cidade, tem capacidade para fornecer, em média, 200 metros cúbicos de água ao ano por habitante. A Organização das Nações Unidas classifica como áreas de risco aquelas com capacidade aquém dos 1.500 metros cúbicos ao ano por habitante. Soma-se a isso a poluição do rio e não sobra quase nada.
A água que chega à região metropolitana é captada em cinco represas - Cantareira, a maior, responsável por 50% do abastecimento, Rio Claro, Alto Tietê, Cotia, Rio Grande e Guarapiranga - e levada às estações de tratamento, de onde é bombeada para os 182 centros de distribuição, com um ou mais reservatórios, cada um responsável por uma região. Todo esse sistema, que compreende 32 mil quilômetros de tubulações, depende da energia elétrica de Itaipu para operar - uma única estação elevatória, do Cantareira, consome energia suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes.
"A região metropolitana só não ficou 100% sem água porque alguns reservatórios tinham água suficiente para garantir o abastecimento até o restabelecimento de energia", diz o superintendente de produção da Sabesp, Hélio Luiz Castro.
O reservatório com maior autonomia é o Vila Sônia, que abastece a região do Morumbi, uma das mais ricas da capital paulista, e tem capacidade para manter o fornecimento por 24 horas após o corte de água. O de menor autonomia, ironicamente, é o do pobre e populoso Grajaú, vizinho à Guarapiranga, capaz de manter o serviço por duas horas.
Às 22h13 de 10/11/09, três linhas de transmissão de Itaipu pararam. Como num curto-circuito, 18 unidades da hidrelétrica desligaram simultaneamente. Distante dali 900 quilômetros, extensão da rede de transmissão da usina até o Estado de São Paulo, a cidade mais rica da América do Sul de repente apagou. A capital e 24 cidades da região metropolitana deixaram de receber energia e 16,5 milhões de casas ficaram no escuro. O metrô parou e milhares de paulistanos recorreram aos ônibus, que não chegavam por causa do engarrafamento provocado pela pane dos semáforos e o breu das ruas, o que também afetou a segurança pública.
Nos prédios, os elevadores pararam, o telefone ficou mudo, a internet só funcionou para quem tem 3G, e isso enquanto durou a bateria do celular, e milhões ficaram sem banho quente. Ou, banho nenhum, porque, sem energia, as máquinas que bombeiam a água para as residências na região metropolitana também pararam, as caixas particulares e reservatórios secaram e quase 7 milhões amanheceram, na quarta-feira, sem uma gota.
O risco do efeito dominó diante de uma falha na infraestrutura, como se viu com o apagão, aumenta na medida do crescimento da população e da extensão geográfica da mancha urbana, e consequente demanda por recursos naturais. "Grandes regiões metropolitanas como São Paulo exigem um nível alto de integração. Isso permite otimizar os pontos de produção de energia e de captação de água para distribuir os recursos a todos", diz o urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Polis.
Se a integração das redes é necessária, a solução para minimizar os efeitos em cadeia de apagão ou outra falha é diversificar as fontes, explica Nakano. No abastecimento de energia, as alternativas seriam mini centrais hidrelétricas de apoio, fontes de geração eólicas e alimentadas por luz solar. "Temos hoje cinco linhas de transmissão para abastecer a região Sudeste, mas todas estão conectadas à mesma rede e fonte. São Paulo é 100% dependente de Itaipu", explica o especialista.
A Eletropaulo informou ter outras fontes, mas admitiu que quando Itaipu para, desequilibra todo o sistema. Em resumo, para tudo. Inclusive o bombeamento da água que vem de longe. O Rio Tietê, que originalmente abastecia a cidade, tem capacidade para fornecer, em média, 200 metros cúbicos de água ao ano por habitante. A Organização das Nações Unidas classifica como áreas de risco aquelas com capacidade aquém dos 1.500 metros cúbicos ao ano por habitante. Soma-se a isso a poluição do rio e não sobra quase nada.
A água que chega à região metropolitana é captada em cinco represas - Cantareira, a maior, responsável por 50% do abastecimento, Rio Claro, Alto Tietê, Cotia, Rio Grande e Guarapiranga - e levada às estações de tratamento, de onde é bombeada para os 182 centros de distribuição, com um ou mais reservatórios, cada um responsável por uma região. Todo esse sistema, que compreende 32 mil quilômetros de tubulações, depende da energia elétrica de Itaipu para operar - uma única estação elevatória, do Cantareira, consome energia suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes.
"A região metropolitana só não ficou 100% sem água porque alguns reservatórios tinham água suficiente para garantir o abastecimento até o restabelecimento de energia", diz o superintendente de produção da Sabesp, Hélio Luiz Castro.
O reservatório com maior autonomia é o Vila Sônia, que abastece a região do Morumbi, uma das mais ricas da capital paulista, e tem capacidade para manter o fornecimento por 24 horas após o corte de água. O de menor autonomia, ironicamente, é o do pobre e populoso Grajaú, vizinho à Guarapiranga, capaz de manter o serviço por duas horas.
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