Bastou o apagão desses dias para os adversários de Lula questionarem sua política energética. O foco, porém, é a candidatura de Dilma. Ela foi responsável pelo setor e o apagão de FHC foi mote político para a eleição de Lula.
Ambos são muito diferentes. Na era FHC não faltou capacidade instalada para gerar energia, como costumam alegar seus adversários. O que faltou foi “água” nos reservatórios. O lago de Sobradinho, aqui no São Francisco, chegou ao nível de 5%. Menos um pouco de água e todo sistema CHESF teria sido paralisado. Acontece que o fenômeno aconteceu em todo território nacional simultaneamente, fazendo com que a segurança do sistema levasse meses, até ano, porque era preciso que chovesse novamente e o nível dos reservatórios voltasse a níveis seguros de produção. Daí toda onda de racionamento.
A lição, nos moldes do capitalismo, foi devidamente assimilada e o Brasil passou a diversificar sua matriz energética, investindo pesadamente em termoelétricas, agora em energia atômica, num mixer com as hidroelétricas. A possibilidade da energia limpas, como a eólica e solar nem foi considerada.
Hoje, aqui em Petrolina, há uma termoelétrica às margens do São Francisco. Ela serve de reserva, caso os reservatórios novamente fiquem sem água. Acontece que, para não correr riscos, agora acionam primeiro a termoelétrica, depois utilizam mais intensamente as águas de Sobradinho, quando as chuvas já estão para chegar e o nível de água já esteja garantido para a próxima etapa. É dessa forma que o Brasil passou a emitir muito mais CO2 na atmosfera. Começamos utilizar uma energia suja que nunca tínhamos utilizado.
O apagão do Lula não se deu por falta de água nos reservatórios. Parece que foi problema de transmissão. Mesmo assim, chama a atenção que todo sistema Itaipu tenha entrado em paralisação na geração de energia. Os técnicos explicam, mas é difícil a gente ficar convencido.
Em todo caso, esses apagões, como quedas de aviões, como colapso do sistema bancário, como colapso do mundo econômico, nos ensinam que a civilização tem pés de barro. Os donos do mundo querem nos passar a idéia de uma solidez absoluta. Sem dúvida, nas tecnologias há grande margem de segurança. Entretanto, vez em quando tudo falha e nos descobrimos como dependentes de bens que sequer sabemos de onde vem.
Um apagão é muito útil. Ajuda-nos a pôr os pés no chão, olharmos melhor para sociedade que vivemos e descobrirmos que ela é feita de muitas fragilidades e inconsistências. É para essas fragilidades e inconsistências que a crise ambiental nos obriga olhar. Ela nos vai apontando todas as insustentabilidades civilizatórias que construímos. Os verdadeiros apagões ainda estão por vir.
Ambos são muito diferentes. Na era FHC não faltou capacidade instalada para gerar energia, como costumam alegar seus adversários. O que faltou foi “água” nos reservatórios. O lago de Sobradinho, aqui no São Francisco, chegou ao nível de 5%. Menos um pouco de água e todo sistema CHESF teria sido paralisado. Acontece que o fenômeno aconteceu em todo território nacional simultaneamente, fazendo com que a segurança do sistema levasse meses, até ano, porque era preciso que chovesse novamente e o nível dos reservatórios voltasse a níveis seguros de produção. Daí toda onda de racionamento.
A lição, nos moldes do capitalismo, foi devidamente assimilada e o Brasil passou a diversificar sua matriz energética, investindo pesadamente em termoelétricas, agora em energia atômica, num mixer com as hidroelétricas. A possibilidade da energia limpas, como a eólica e solar nem foi considerada.
Hoje, aqui em Petrolina, há uma termoelétrica às margens do São Francisco. Ela serve de reserva, caso os reservatórios novamente fiquem sem água. Acontece que, para não correr riscos, agora acionam primeiro a termoelétrica, depois utilizam mais intensamente as águas de Sobradinho, quando as chuvas já estão para chegar e o nível de água já esteja garantido para a próxima etapa. É dessa forma que o Brasil passou a emitir muito mais CO2 na atmosfera. Começamos utilizar uma energia suja que nunca tínhamos utilizado.
O apagão do Lula não se deu por falta de água nos reservatórios. Parece que foi problema de transmissão. Mesmo assim, chama a atenção que todo sistema Itaipu tenha entrado em paralisação na geração de energia. Os técnicos explicam, mas é difícil a gente ficar convencido.
Em todo caso, esses apagões, como quedas de aviões, como colapso do sistema bancário, como colapso do mundo econômico, nos ensinam que a civilização tem pés de barro. Os donos do mundo querem nos passar a idéia de uma solidez absoluta. Sem dúvida, nas tecnologias há grande margem de segurança. Entretanto, vez em quando tudo falha e nos descobrimos como dependentes de bens que sequer sabemos de onde vem.
Um apagão é muito útil. Ajuda-nos a pôr os pés no chão, olharmos melhor para sociedade que vivemos e descobrirmos que ela é feita de muitas fragilidades e inconsistências. É para essas fragilidades e inconsistências que a crise ambiental nos obriga olhar. Ela nos vai apontando todas as insustentabilidades civilizatórias que construímos. Os verdadeiros apagões ainda estão por vir.
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