Diante do desgaste inevitável, o presidente Lula repetiu, em entrevista à tarde, que o problema que causou o blecaute em 18 Estados na terça-feira foi técnico e não de falta de energia, como ocorreu no governo Fernando Henrique.
Lula chegou a fazer um apelo para que a imprensa não criasse "teses" e desse a informação "correta" sobre o que gerou o apagão.
Desde 2003, Lula cita o período de racionamento de energia da era FHC para atacar os tucanos.
No poder, Lula fez 55 discursos citando o problema, 6 apenas este ano. Durante a disputa pela reeleição, em 2006, usou a palavra "apagão" em 15 pronunciamentos.
O primeiro discurso sobre o "apagão" ocorreu em junho de 2003, em Parintins (AM).
"Quando terminar este Festival de Parintins, não terão mais apagão.
Vocês poderão namorar no claro", ironizou.Aos poucos, porém os discursos ficaram mais duros.
"A economia pagou um preço alto por esse equívoco estratégico, como ficou evidente no apagão de 2000 e 2001", disse no dia 30 de outubro, em encontro com empresários no Rio.
Gargalo de infraestrutura
Política do blecaute
Governo FHC - Seca e privatização
Problemas acumulados:
O governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) não consegue definir o marco regulatório para a privatização de todo o setor de energia (geração, transmissão e comercialização).
O DEM (antigo PFL), aliado principal do governo tucano de FHC e que tinha o comando das Minas e Energia, resiste à política de privatizações por não querer vender a Chesf (São Francisco). O governo de Minas e lideranças do PMDB e do PSDB também não aceitam incluir Furnas na privatização.
Sem conseguir vencer as resistências e as divergências entre os aliados, o governo aprova um marco regulatório precário, que permite fazer privatizações concentradas apenas no setor de transmissão. Por insegurança jurídica, as empresas privadas não investem na construção de novas usinas, o que aumentaria a oferta de energia.
A União só cuida do endividamento histórico das estatais e do calote generalizado que as empresas estaduais e municipais aplicam sobre as fornecedoras federais de energia; além disso, toca, muito lentamente, as obras federais que estavam paradas.
Resultado:
A partir de meados de 1999, depois de superada a crise da desvalorização do real, a economia volta a crescer Em 2000, quando o PIB do País cresceu 4,4%, a demanda por energia enfrentou duas "secas": de água e de investimentos de empresas privadas. A estiagem prolongada obrigou as usinas a produzir com a reserva estratégica de água.
A seca aumenta em 2001, a produção de energia não cresce e o País não tem um sistema interligado de transmissão para levar energia de regiões sem estiagem (Norte e Nordeste), naquela época, para regiões de reservatórios quase secos (Sul e Sudeste).
Para evitar um apagão generalizado, em meados de 2001 o governo FHC decreta um racionamento que só terminou em março de 2002.
Governo Lula - Nós estruturais
Problemas acumulados:
O governo Lula (2003-2010) detém as privatizações precárias do governo FHC e remonta o marco regulatório do setor.
As divergências entre a então ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, e o então presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, arrastam o debate sobre o marco regulatório. Pinguelli queria converter a Eletrobrás numa espécie de "Petrobrás elétrica", uma poderosa estatal. Dilma e Lula não o apoiam e Pinguelli deixa o governo.
Programa de incentivo à construção de termoelétricas funciona como solução-tampão, mas o aumento acelerado do consumo de gás e a crise política na Bolívia (principal fornecedor) deixam o País vulnerável.
Ao concluir o marco regulatório, o governo opta pelo investimento das empresas estatais em parceria com empresas privadas.
O Ibama e o Ministério do Meio Ambiente, sob o comando, no primeiro mandato de Lula, de Marina Silva, dificultam a concessão de licenças ambientais e atrasam os investimentos em novas usinas.
Resultado:
A partir de meados de 1999, depois de superada a crise da desvalorização do real, a economia volta a crescer Aumentam os investimentos em linhas de transmissão e a rede de interligação melhora o fornecimento para o Sul-Sudeste. Mas o incremento da geração segue em ritmo menor que o desejado. Antes da crise de setembro de 2008, o PIB crescia a um ritmo de 6%.
Os reservatório estão cheios e o governo reforça o mix de produção hidrelétrica, térmica e alternativas, mas as linhas de transmissões não recebem investimentos para aumentar a proteção contra desligamentos em série.
Em setembro de 2007, um apagão atingiu o Espírito Santo e o Rio de Janeiro. Problema: queda no sistema das linhas de transmissão.
Lula chegou a fazer um apelo para que a imprensa não criasse "teses" e desse a informação "correta" sobre o que gerou o apagão.
Desde 2003, Lula cita o período de racionamento de energia da era FHC para atacar os tucanos.
No poder, Lula fez 55 discursos citando o problema, 6 apenas este ano. Durante a disputa pela reeleição, em 2006, usou a palavra "apagão" em 15 pronunciamentos.
O primeiro discurso sobre o "apagão" ocorreu em junho de 2003, em Parintins (AM).
"Quando terminar este Festival de Parintins, não terão mais apagão.
Vocês poderão namorar no claro", ironizou.Aos poucos, porém os discursos ficaram mais duros.
"A economia pagou um preço alto por esse equívoco estratégico, como ficou evidente no apagão de 2000 e 2001", disse no dia 30 de outubro, em encontro com empresários no Rio.
Gargalo de infraestrutura
Política do blecaute
Governo FHC - Seca e privatização
Problemas acumulados:
O governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) não consegue definir o marco regulatório para a privatização de todo o setor de energia (geração, transmissão e comercialização).
O DEM (antigo PFL), aliado principal do governo tucano de FHC e que tinha o comando das Minas e Energia, resiste à política de privatizações por não querer vender a Chesf (São Francisco). O governo de Minas e lideranças do PMDB e do PSDB também não aceitam incluir Furnas na privatização.
Sem conseguir vencer as resistências e as divergências entre os aliados, o governo aprova um marco regulatório precário, que permite fazer privatizações concentradas apenas no setor de transmissão. Por insegurança jurídica, as empresas privadas não investem na construção de novas usinas, o que aumentaria a oferta de energia.
A União só cuida do endividamento histórico das estatais e do calote generalizado que as empresas estaduais e municipais aplicam sobre as fornecedoras federais de energia; além disso, toca, muito lentamente, as obras federais que estavam paradas.
Resultado:
A partir de meados de 1999, depois de superada a crise da desvalorização do real, a economia volta a crescer Em 2000, quando o PIB do País cresceu 4,4%, a demanda por energia enfrentou duas "secas": de água e de investimentos de empresas privadas. A estiagem prolongada obrigou as usinas a produzir com a reserva estratégica de água.
A seca aumenta em 2001, a produção de energia não cresce e o País não tem um sistema interligado de transmissão para levar energia de regiões sem estiagem (Norte e Nordeste), naquela época, para regiões de reservatórios quase secos (Sul e Sudeste).
Para evitar um apagão generalizado, em meados de 2001 o governo FHC decreta um racionamento que só terminou em março de 2002.
Governo Lula - Nós estruturais
Problemas acumulados:
O governo Lula (2003-2010) detém as privatizações precárias do governo FHC e remonta o marco regulatório do setor.
As divergências entre a então ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, e o então presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, arrastam o debate sobre o marco regulatório. Pinguelli queria converter a Eletrobrás numa espécie de "Petrobrás elétrica", uma poderosa estatal. Dilma e Lula não o apoiam e Pinguelli deixa o governo.
Programa de incentivo à construção de termoelétricas funciona como solução-tampão, mas o aumento acelerado do consumo de gás e a crise política na Bolívia (principal fornecedor) deixam o País vulnerável.
Ao concluir o marco regulatório, o governo opta pelo investimento das empresas estatais em parceria com empresas privadas.
O Ibama e o Ministério do Meio Ambiente, sob o comando, no primeiro mandato de Lula, de Marina Silva, dificultam a concessão de licenças ambientais e atrasam os investimentos em novas usinas.
Resultado:
A partir de meados de 1999, depois de superada a crise da desvalorização do real, a economia volta a crescer Aumentam os investimentos em linhas de transmissão e a rede de interligação melhora o fornecimento para o Sul-Sudeste. Mas o incremento da geração segue em ritmo menor que o desejado. Antes da crise de setembro de 2008, o PIB crescia a um ritmo de 6%.
Os reservatório estão cheios e o governo reforça o mix de produção hidrelétrica, térmica e alternativas, mas as linhas de transmissões não recebem investimentos para aumentar a proteção contra desligamentos em série.
Em setembro de 2007, um apagão atingiu o Espírito Santo e o Rio de Janeiro. Problema: queda no sistema das linhas de transmissão.
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