O blecaute que deixou 18 Estados às escuras na noite de 10/11/09 serviu para expor a necessidade de investimentos no setor elétrico. Essa é a avaliação do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que vê incoerência nas justificativas do governo.
"Talvez possa ter havido uma inibição dos investimentos nas linhas de transmissão", disse Aécio a jornalistas nesta quinta-feira.
"Acho que não é o fato em si, do apagão, que pode ter lá suas justificativas. Parece que há dentro do governo uma ausência de comando. Os dirigentes do PT, de Itaipu, dizem uma coisa. Os dirigentes de Furnas dizem outra coisa. O Operador Nacional do Sistema, por sua vez, também não define de quem é a responsabilidade", afirmou.
Aécio afirmou que, ao contrário do que parte da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem fazendo, o assunto não deve ser usado como capital eleitoral.
"Era preciso que diagnosticasse com clareza as razões desse apagão. Ele não ocorreu como no passado, por ausência de energia, de chuvas, por exemplo. O governo deveria preocupar-se menos com as conseqüências políticas e mais em dar à população brasileira tranqüilidade em relação ao futuro", avaliou.
No entanto, o governador mineiro criticou a ausência da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, das discussões no momento crítico do problema --ela só falou sobre o assunto na tarde desta quinta-feira. Dilma é pré-candidata à sucessão presidencial e Aécio disputa o posto com o governador José Serra (PSDB-SP)
"Me surpreendi um pouco com a ausência da ministra Dilma, sempre porta-voz do governo em todas as ocasiões, nesse fato específico. É natural que quem se expõe sempre em relação às boas coisas, também pudesse agora estar conversando com a população brasileira", ressaltou.
Serra pede explicações e diz que o sistema não pode entrar em pane
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), cobrou "explicações melhores" por parte do governo a respeito do blecaute. "Nós não podemos ter um sistema elétrico que entre em colapso por causa de raios e ventanias", afirmou, após almoço com o presidente de Israel, Shimon Peres, no Palácio dos Bandeirantes.
Apesar das críticas ao governo, Serra rechaçou que esteja fazendo uso político do caso. "Não estou preocupado com isso. Estou preocupado com o problema em si. O País não pode depender seu abastecimento de energia elétrica da natureza."
Ele não quis comentar o posicionamento de correligionários tucanos, que atacaram a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a demora do governo em fornecer explicações convincentes sobre o problema. "Deixa o PSDB falar no Congresso", disse.
Questionado se Dilma deveria dar explicações, Serra resumiu que "o governo todo precisa dar explicações". "Esse é um assunto do governo", afirmou.
O governador desassociou ainda o blecaute desta semana do apagão de 1999, período em que Fernando Henrique Cardoso estava na Presidência, e disse que é "fundamental" que haja investimentos no setor e qualidade na manutenção. "Aquilo já foi faz 10 anos", afirmou.
E voltou a classificar o sistema elétrico brasileiro como "vulnerável" e "frágil". "Evidentemente, se o sistema é tão vulnerável, valeria a pena aprofundar por que é tão vulnerável, o que foi feito a esse respeito, o que está sendo feito sobre os problemas que envolvem a manutenção", alertou.
AÉCIO
Embora tenha afirmado que não defende o uso eleitoral do apagão, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que disputa com Serra a candidatura do PSDB à Presidência, criticou ontem a tentativa do governo de blindar Dilma dos efeitos políticos do blecaute. Ele apontou também ausência de comando no governo e sugeriu que a causa tenha sido a "inibição" de investimentos em linhas de transmissão.
"Não acho, do ponto de vista político, adequado que num tema dessa relevância quem sobre ele falou tantas vezes deixe de se comunicar com a sociedade", afirmou. Para Aécio, seria natural que Dilma, que "sempre se expõe em relação às boas coisas", não deixasse de conversar com a população. "Confesso que me surpreendi com a ausência da ministra nesse fato."
Aécio disse que o episódio deverá deixar mais cautelosas as lideranças do governo que, segundo ele, "acreditam estar vivendo num mundo de mil maravilhas, sem problemas".
Ele reclamou também das contradições nas justificativas oficiais. "Parece que há, no governo, ausência de comando, porque os dirigentes do PT de Itaipu dizem uma coisa, os dirigentes de Furnas dizem outra e o Operador Nacional do Sistema não define de quem é a responsabilidade."
"Talvez possa ter havido uma inibição dos investimentos nas linhas de transmissão", disse Aécio a jornalistas nesta quinta-feira.
"Acho que não é o fato em si, do apagão, que pode ter lá suas justificativas. Parece que há dentro do governo uma ausência de comando. Os dirigentes do PT, de Itaipu, dizem uma coisa. Os dirigentes de Furnas dizem outra coisa. O Operador Nacional do Sistema, por sua vez, também não define de quem é a responsabilidade", afirmou.
Aécio afirmou que, ao contrário do que parte da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem fazendo, o assunto não deve ser usado como capital eleitoral.
"Era preciso que diagnosticasse com clareza as razões desse apagão. Ele não ocorreu como no passado, por ausência de energia, de chuvas, por exemplo. O governo deveria preocupar-se menos com as conseqüências políticas e mais em dar à população brasileira tranqüilidade em relação ao futuro", avaliou.
No entanto, o governador mineiro criticou a ausência da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, das discussões no momento crítico do problema --ela só falou sobre o assunto na tarde desta quinta-feira. Dilma é pré-candidata à sucessão presidencial e Aécio disputa o posto com o governador José Serra (PSDB-SP)
"Me surpreendi um pouco com a ausência da ministra Dilma, sempre porta-voz do governo em todas as ocasiões, nesse fato específico. É natural que quem se expõe sempre em relação às boas coisas, também pudesse agora estar conversando com a população brasileira", ressaltou.
Serra pede explicações e diz que o sistema não pode entrar em pane
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), cobrou "explicações melhores" por parte do governo a respeito do blecaute. "Nós não podemos ter um sistema elétrico que entre em colapso por causa de raios e ventanias", afirmou, após almoço com o presidente de Israel, Shimon Peres, no Palácio dos Bandeirantes.
Apesar das críticas ao governo, Serra rechaçou que esteja fazendo uso político do caso. "Não estou preocupado com isso. Estou preocupado com o problema em si. O País não pode depender seu abastecimento de energia elétrica da natureza."
Ele não quis comentar o posicionamento de correligionários tucanos, que atacaram a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a demora do governo em fornecer explicações convincentes sobre o problema. "Deixa o PSDB falar no Congresso", disse.
Questionado se Dilma deveria dar explicações, Serra resumiu que "o governo todo precisa dar explicações". "Esse é um assunto do governo", afirmou.
O governador desassociou ainda o blecaute desta semana do apagão de 1999, período em que Fernando Henrique Cardoso estava na Presidência, e disse que é "fundamental" que haja investimentos no setor e qualidade na manutenção. "Aquilo já foi faz 10 anos", afirmou.
E voltou a classificar o sistema elétrico brasileiro como "vulnerável" e "frágil". "Evidentemente, se o sistema é tão vulnerável, valeria a pena aprofundar por que é tão vulnerável, o que foi feito a esse respeito, o que está sendo feito sobre os problemas que envolvem a manutenção", alertou.
AÉCIO
Embora tenha afirmado que não defende o uso eleitoral do apagão, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que disputa com Serra a candidatura do PSDB à Presidência, criticou ontem a tentativa do governo de blindar Dilma dos efeitos políticos do blecaute. Ele apontou também ausência de comando no governo e sugeriu que a causa tenha sido a "inibição" de investimentos em linhas de transmissão.
"Não acho, do ponto de vista político, adequado que num tema dessa relevância quem sobre ele falou tantas vezes deixe de se comunicar com a sociedade", afirmou. Para Aécio, seria natural que Dilma, que "sempre se expõe em relação às boas coisas", não deixasse de conversar com a população. "Confesso que me surpreendi com a ausência da ministra nesse fato."
Aécio disse que o episódio deverá deixar mais cautelosas as lideranças do governo que, segundo ele, "acreditam estar vivendo num mundo de mil maravilhas, sem problemas".
Ele reclamou também das contradições nas justificativas oficiais. "Parece que há, no governo, ausência de comando, porque os dirigentes do PT de Itaipu dizem uma coisa, os dirigentes de Furnas dizem outra e o Operador Nacional do Sistema não define de quem é a responsabilidade."
Nenhum comentário:
Postar um comentário