segunda-feira, 16 de novembro de 2009

'Sistema é vulnerável'

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou em 11/11/09 que o sistema elétrico do País mostrou-se "vulnerável" e que faltou "coerência" por parte do governo para dar explicações sobre o apagão de terça-feira, classificado por ele como um "fenômeno muito grave". "O sistema mostrou-se vulnerável.
Não sei qual a profundidade disso. Precisamos saber as causas. “Paralisar todas as turbinas de Itaipu é um fato inédito na nossa história”, disse Serra, após evento na favela de Paraisópolis, em que assinou protocolo de intenções na área de esportes.
Principal nome no PSDB para disputar a Presidência, Serra afirmou ser importante evitar que o caso se repita no futuro. Embora tenha falado da necessidade de mais investimentos no setor, não mencionou o nome da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável adversária dos tucanos na disputa pelo Planalto e ex-ministra de Minas e Energia. A oposição quer usar o episódio para colar na ministra a pecha de má administradora - o discurso do PT construído até agora pretende vender Dilma como boa gestora.
"O que se quer neste momento é entender o que aconteceu. Nesse sentido, o governo federal deve trazer as explicações. Até agora não há uma coerência nas explicações", afirmou o governador, que estava jantando no Palácio dos Bandeirantes no momento do apagão.
Para a secretária paulista de Saneamento e Energia, Dilma Pena, que acompanhou Serra no evento de ontem, "há indicações fortes de que a gestão (do sistema elétrico) precisa melhorar muito".
Há mais de um ano, o governo paulista enviou ofício ao Ministério de Minas e Energia listando 14 obras consideradas prioritárias para manter o sistema de transmissão saudável no Estado. Dilma Pena afirmou que o governo federal começou tardiamente a executar esses projetos, que, segundo ela, estão em fase de licenciamento. Serra e a secretária criticaram também o fato de o Estado de São Paulo, que consome metade da energia elétrica do Sudeste - região que representa 60% do consumo do País -, não ter um centro operacional. Segundo Dilma, a ausência está relacionada com a demora para a energia ser restabelecida em São Paulo. "Uma recomposição de três horas é um tempo demasiado", disse a secretaria.
Ao destacar que a regulamentação do sistema elétrico é "responsabilidade do governo federal", Serra disse que o Estado agiu acionando usinas paulistas, que levaram energia para o ABC e a baixada santista.
"Na verdade, não houve abalo importante nas condições de segurança, de vida ou de ansiedade na população. Esse foi um evento muito perturbador. Acho que falta investimento, falta melhor manutenção." Serra disse ter sido "sorte" o apagão ter ocorrido à noite. "Por sorte a essa hora não deveria ter muita gente em elevador."
Água
A interrupção da energia elétrica paralisou estações elevatórias da Sabesp. Alguns bairros vão sofrer com uma diminuição da água até o sistema ser recomposto, disse o governador. De acordo com Gesner Oliveira, presidente da Sabesp, hoje 90% do sistema estará normalizado.
Serra afirmou também que os consumidores podem se mobilizar para pedir ressarcimento de eventuais prejuízos, como com eletrodomésticos queimados, e que o Procon estuda o assunto.

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