quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Freada do PIB ajudou ajuste da demanda à oferta

A forte desaceleração do PIB em 2009 (o crescimento previsto pelo mercado está em torno de zero), por conta da crise econômica global, foi providencial para ampliar a segurança com que o sistema elétrico vai funcionar nos próximos anos. "Em 2008, a relação entre oferta e demanda estava no talo", diz Marcio Prado, analista de energia do Santander.
Ele nota que a oferta de energia a partir de 2014 não é uma grande preocupação, por causa do próprio prazo de maturação dos projetos: "A ideia é sempre garantir que a demanda cinco anos à frente esteja garantida, porque, em seis anos, dá, em princípio, para construir a usina hidrelétrica ou nuclear que for necessária".
Segundo as mais recentes projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda em 2009 será de 51.845 megawatts (MW) médios, praticamente a mesma de 2008, que foi de 51.897 MW médios. A oferta, porém, está prevista para crescer 3.174 MW médios, criando uma folga de 3.032 MW médios.
O planejamento energético funciona com leilões para entrega de energia em cinco anos (A- 5) e para entrega em três anos (A - 3). "No A-5 se contrata o grosso da demanda, e no A-3" se faz algum ajuste - se fica claro que a demanda vai crescer mais do que a gente imaginou, contrata-se a diferença marginal", observa Prado.
Hoje, em termos de hidrelétricas, há grandes projetos que devem entrar em operação nos próximos anos, como a Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, e as Usinas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, já em construção. Apesar disso, como explica o analista, no horizonte de planejamento de cinco anos, até 2013, o predomínio é das térmicas.

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