Especialistas dizem que acidentes provocados por raios não são incomuns na rede de transmissão.
O custo das linhas de transmissão que transportam a energia da hidrelétrica de Itaipu para o Sudeste foi de US$ 300 mil por quilômetro. Ou seja, US$ 810 milhões, já que se tratam de três linhas paralelas, cada uma com 900 quilômetros de extensão, ligando Foz do Iguaçu a Ivaiporã, Itaberá e Tijuco Preto. A isso, somou-se a instalação de equipamentos que encareceram em cerca de 30% o projeto, elevando o custo para pouco mais de US$ 1 bilhão.
Segundo técnicos experientes do setor, que participaram do projeto, uma superblindagem desse sistema, com proteção contra qualquer risco, triplicaria esse custo. O projeto seria 100% seguro, mas economicamente inviável. "Uma torre superblindada teria estrutura completamente diferente das atuais e teria, pelo menos, uns quatro para-raios. Imagine fazer isso nas 50 mil torres espalhadas pelo País", disse um dos técnicos. Nenhum concordou em ser identificado.
O critério estipulado para a segurança do sistema de Itaipu foi considerar como tolerável um desligamento por ano para cada 100 quilômetros de linhas. A queda de duas ou três linhas simultaneamente, ao contrário do que chegou-se a comentar depois do apagão da noite de terça-feira, não é tão raro.
Em junho de 2005, caíram nove torres em duas linhas. Depois, em setembro daquele ano, outra ventania derrubou uma torre do sistema de corrente contínua. Um mês depois, caíram as três linhas, cada uma de 765 kV. A reposição demorou quase uma semana, mas não houve blecaute na proporção do que ocorreu em 10/11/09.
Em janeiro deste ano caíram três torres de dois circuitos e o sistema continuou operando. O que surpreendeu agora é que a queda das redes de transmissão - aparentemente um curto-circuito, provavelmente depois da ocorrência de raio - desligou todas as máquinas de Itaipu. "Essa rede está funcionando, pelo menos parte dela, desde 1982 e nunca aconteceu isso. O que a gente faz ao projetar um sistema desses é prepará-lo para que mesmo a ocorrência de um raio seja dentro de um critério aceitável. E que esse raio seja eliminado dentro da lógica das proteções existentes", disse um engenheiro, concordando que houve um "furo" ainda não identificado na segurança do sistema.
Os especialistas que projetaram o sistema há mais de 30 anos seguiram algumas premissas que havia na época. Ao longo do tempo, algumas características se modificaram, especialmente as condições climáticas, e o sistema tem de ser operado sob premissas novas, mas não há como substituir integralmente a tecnologia. O que é feito é a modernização do sistema existente. "Algum programa atual pode ter falhado. Mas ainda é cedo para saber. Essa investigação não é simples. Demora mesmo", diz.
A apuração das causas não está sendo feita com base em dados estatísticos. Tudo é medido em curvas, como num eletrocardiograma. Os técnicos estão comparando diversos desses gráficos. "Nunca conseguimos dar resposta de imediato, seria irresponsabilidade", diz um técnico. Às vezes, essa análise demora mais de uma semana. Fenômenos como este ocorrem numa faixa de menos de 200 milissegundos (unidade de tempo que corresponde a um milésimo de segundo).
O custo das linhas de transmissão que transportam a energia da hidrelétrica de Itaipu para o Sudeste foi de US$ 300 mil por quilômetro. Ou seja, US$ 810 milhões, já que se tratam de três linhas paralelas, cada uma com 900 quilômetros de extensão, ligando Foz do Iguaçu a Ivaiporã, Itaberá e Tijuco Preto. A isso, somou-se a instalação de equipamentos que encareceram em cerca de 30% o projeto, elevando o custo para pouco mais de US$ 1 bilhão.
Segundo técnicos experientes do setor, que participaram do projeto, uma superblindagem desse sistema, com proteção contra qualquer risco, triplicaria esse custo. O projeto seria 100% seguro, mas economicamente inviável. "Uma torre superblindada teria estrutura completamente diferente das atuais e teria, pelo menos, uns quatro para-raios. Imagine fazer isso nas 50 mil torres espalhadas pelo País", disse um dos técnicos. Nenhum concordou em ser identificado.
O critério estipulado para a segurança do sistema de Itaipu foi considerar como tolerável um desligamento por ano para cada 100 quilômetros de linhas. A queda de duas ou três linhas simultaneamente, ao contrário do que chegou-se a comentar depois do apagão da noite de terça-feira, não é tão raro.
Em junho de 2005, caíram nove torres em duas linhas. Depois, em setembro daquele ano, outra ventania derrubou uma torre do sistema de corrente contínua. Um mês depois, caíram as três linhas, cada uma de 765 kV. A reposição demorou quase uma semana, mas não houve blecaute na proporção do que ocorreu em 10/11/09.
Em janeiro deste ano caíram três torres de dois circuitos e o sistema continuou operando. O que surpreendeu agora é que a queda das redes de transmissão - aparentemente um curto-circuito, provavelmente depois da ocorrência de raio - desligou todas as máquinas de Itaipu. "Essa rede está funcionando, pelo menos parte dela, desde 1982 e nunca aconteceu isso. O que a gente faz ao projetar um sistema desses é prepará-lo para que mesmo a ocorrência de um raio seja dentro de um critério aceitável. E que esse raio seja eliminado dentro da lógica das proteções existentes", disse um engenheiro, concordando que houve um "furo" ainda não identificado na segurança do sistema.
Os especialistas que projetaram o sistema há mais de 30 anos seguiram algumas premissas que havia na época. Ao longo do tempo, algumas características se modificaram, especialmente as condições climáticas, e o sistema tem de ser operado sob premissas novas, mas não há como substituir integralmente a tecnologia. O que é feito é a modernização do sistema existente. "Algum programa atual pode ter falhado. Mas ainda é cedo para saber. Essa investigação não é simples. Demora mesmo", diz.
A apuração das causas não está sendo feita com base em dados estatísticos. Tudo é medido em curvas, como num eletrocardiograma. Os técnicos estão comparando diversos desses gráficos. "Nunca conseguimos dar resposta de imediato, seria irresponsabilidade", diz um técnico. Às vezes, essa análise demora mais de uma semana. Fenômenos como este ocorrem numa faixa de menos de 200 milissegundos (unidade de tempo que corresponde a um milésimo de segundo).
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