Biocombustíveis
colocam o Brasil entre os menores emissores de CO2, confirma estudo
da União Europeia
Estudo da União
Europeia sobre emissões globais de CO² no uso de combustível fóssil e produção
de cimento, publicado no dia 18 de julho, mostra que o Brasil está muito bem na
foto e colhe os frutos do seu exitoso programa de biocombustível iniciado nos
anos 1970 com o Proálcool e diversificado com a implantação do programa
brasileiro de biodiesel, há cinco anos.
O relatório europeu
foi elaborado com base em dados de consumo de energia de 2009 a 2011. As
estimativas são também baseadas nos dados de produção de cimento, cal, amônia e
aço, e sobre emissões por países, de 1970 a 2008. A avaliação exclui emissões
de CO2 derivadas de desflorestamento e queimadas.
Os números
brasileiros de emissão absoluta, per capita ou por unidade do PIB, são muito
baixos. O Brasil tem uma das matrizes de energia mais limpas do planeta e se
destaca no consumo de biocombustíveis, com volume próximo ao alcançado pelos 27
países da União Europeia. O Brasil consumiu de biocombustível (etanol e
biodiesel), no uso de transporte terrestre, em 2011, 479.400 TJ. A União
Europeia consumiu, no mesmo período, 555.120 TJ. Em termos per capita, o Brasil
consumiu 2,44 TJ por habitante, mais que o dobro de 1,13 TJ registrada na União
Europeia.
A explicação para
esse bom resultado, além da existência do Proálcool, é que, desde meados dos
anos 2000, temos o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Ao
longo de cinco anos de mistura compulsória, a produção nacional de biodiesel
cresceu a taxas próximas a 25% a.a., saindo de um total de 1,2 milhão de m³ em
2005 para 2,7 milhões de m³ em 2011. Ainda, segundo dados do Balanço Energético
Nacional - BEN 2012, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética, atualmente
o biodiesel representa cerca de 1% do consumo final de energia no Brasil,
levando-se em consideração a obrigatoriedade da mistura de 5% de biodiesel a
todo o diesel fóssil consumido internamente.
Sinalizando para a
continuidade e expansão do PNPB, tem-se atualmente a perspectiva de elevações
graduais dos percentuais dessa mistura até o teor de 10% em 2020, fato este que
deverá contribuir ainda mais para a diminuição das emissões brasileiras de
gases do efeito estufa.
Em relação às
emissões de CO2 per capita, derivadas de uso de combustível fóssil e
produção de cimento, o Brasil ocupa a antepenúltima posição em uma lista de 25
países. Os primeiros dez países que mais emitem CO2 per capita,
segundo o estudo da União Europeia, são Austrália, EUA, Arábia Saudita, Canadá,
Rússia, Coreia do Sul, Taiwan, Alemanha, Países Baixos e Japão.
O Brasil também tem
boa classificação - 13º lugar - no ranking de 25 países no que diz respeito a
emissões de CO² por país, derivadas de uso de combustível fóssil e produção de
cimento, abaixo de China, EUA, UE (27 membros), Índia, Rússia, Japão, Alemanha,
Coreia do Sul, Canadá, Indonésia e Arábia Saudita.
Os cinco principais
emissores de CO2 no uso de combustível fóssil e produção de cimento
são China (participação de 29%), EUA (16%), UE (11%), Índia (6%), Rússia (5%) e
Japão (4%).
As emissões de CO2
por parte dos países da OCDE agora respondem por um terço das emissões globais,
a mesma participação da China e da Índia, onde as emissões aumentaram,
respectivamente, 9% e 6%, em 2011.
Os biocombustíveis
contribuem efetivamente para a redução da emissão de carbono, e o Brasil é um
exemplo prático da chamada economia verde e suas externalidades positivas. (noticiasagricolas)
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