Aquecimento solar: hora de capacitar para certificação
Uma reunião estratégica para o segmento de sistemas de
aquecimento de água com coletores solares foi realizada, em fevereiro, no
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para mobilizar a indústria e discutir
propostas em torno das novas diretrizes de certificação de conformidade e
qualidade que deverão ser adotadas na fabricação desses sistemas.
A mudança permitirá que o consumidor adquira produtos
(coletores solares e reservatório térmico acoplado) com mais respaldado
técnico. Apesar de já existir o selo de eficiência energética nesse segmento, o
novo programa está alterando os requisitos de desempenho para padrões mais
elevados e de caráter compulsório.
O encontro teve a participação de 70 pessoas, a maior parte
delas representantes da indústria de coletores, e foi articulado pelo IPT com o
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Eletrobras,
Laboratório Green Solar (PUC Minas) e Associação Brasileira de Refrigeração, Ar
Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).
O foco das apresentações e debates foram as novas
regulamentações que estão sob consulta pública, etapa que expira no dia 17 de
março deste ano. Esses instrumentos são o Regulamento Técnico de Qualidade
(RTQ) para Sistemas e Equipamentos de Aquecimento Solar de Água, que reúne
requisitos e normas do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE Solar); e a
Portaria Inmetro/MDIC nº 7, que aprova os Requisitos de Avaliação da
Conformidade (RAC) para esses sistemas.
Com a consolidação dessas regras, os fabricantes deverão
reformular seus produtos, o que representará um salto de qualidade para o
setor. O Inmetro nomeará Organismos de Certificação de Produtos (OCPs) para
fazer o meio de campo entre a indústria e os laboratórios, que realizarão os
ensaios previstos nos novos instrumentos legais. Os OCPs vão monitorar a
implantação das regras, bem como prestar consultoria e atestar a capacitação
dos laboratórios para realizar ensaios, seguindo um padrão interlaboratorial,
como já ocorre em outras atividades da indústria acompanhadas pelo Inmetro.
O selo de eficiência energética que será concedido
classificará os aquecedores entre as categorias ‘A’ e ‘E’, seguindo o padrão
gráfico que o consumidor já conhece de outros produtos.
O IPT atuará em apoio à indústria realizando os ensaios previstos
na nova regulamentação. O Laboratório de Instalações Prediais e Saneamento
(LIP), ligado ao Centro de Tecnologia do Ambiente Construído (Cetac), vem
passando por um processo de modernização com investimento de R$ 3,5 milhões,
que viabilizou a instalação de um simulador solar em seu campus na Cidade
Universitária. O Instituto também desenvolveu instrumentação de campo para
testar a eficiência de coletores.
Assim que a Portaria nº 7 entrar em vigor, os fabricantes
terão 24 meses para adaptar os produtos às novas exigências e 30 meses para
eliminar os estoques antigos. O comércio, por sua vez, terá 36 meses para
esgotar seus estoques com os componentes antigos.
Segundo as pesquisas de mercado da Abrava realizadas em
2011, o mercado de sistemas coletores no País deve ter um crescimento de 20% ao
ano nos próximos quatro anos, seguindo a tendência de expansão da economia
brasileira. As perspectivas de um mercado promissor atraem inclusive a atenção
de novas empresas, como a alemã Bosh, que pretende entrar nesse segmento,
instalando uma fábrica no país. (ambienteenergia)
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