segunda-feira, 30 de julho de 2012

O futuro do campo na produção de energia limpa

O futuro do campo na produção de energia limpa
Energia limpa atende a metas internacionais e à demanda interna de consumo, além de baratear a produção de combustível
O Brasil é um dos pioneiros na produção de agroenergia. Desde o projeto do álcool, até a atual produção de biodiesel, o país destaca-se no cumprimento do protocolo de Kyoto e busca atingir metas internas de substituição gradativa de combustíveis derivados de petróleo, encaminhando-se para uma das mais promissoras alternativas econômicas para um futuro não tão distante.
Num movimento ainda nascente, a terra está deixando de ser apenas a principal fonte de alimentos para o homem. Apontada como a mais promissora alternativa econômica do futuro, as lavouras começam a fornecer energia. As plantas e até os animais criados nas propriedades rurais tornam-se geradores de combustível, iluminação e força para o funcionamento de máquinas e equipamentos.
O Plano Nacional de Agroenergia traça as diretrizes nacionais da área para os próximos anos e envolve os ministérios da Agricultura, de Minas e Energia e de Ciência e Tecnologia. A decisão de investir em agroenergia reforça o pioneirismo do Brasil nessa área. O bem-sucedido programa de álcool combustível extraído da cana de açúcar (etanol), criado há 30 anos e que hoje contribui com mais de 12% na matriz energética nacional, estimulou o país a lançar-se num ousado programa de substituição gradativa de fontes fósseis (petróleo e gás natural), que hoje respondem por 80% do consumo mundial, por fontes renováveis e mais limpas.
A aposta brasileira na agroenergia tem justificativas políticas, econômicas e ambientais. O petróleo está cada vez mais caro e escasso. Estudos apontam que as reservas mundiais durarão, no máximo, 40 anos. Para piorar, quase 80% desses volumes repousam no subsolo dos instáveis países do Oriente Médio. A equação entre alta demanda e fragilidade internacional provocou a disparada dos preços do petróleo – nos últimos 35 anos, o valor do barril mais que triplicou.
O Protocolo de Kyoto, estabelecido no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1997, obriga os países desenvolvidos a reduzir gradativamente a emissão de poluentes na atmosfera. A queima de petróleo e cimento é responsável por 75% da emissão dos gases que estão causando o efeito estufa, apontado como grande causador dos crescentes desequilíbrios climáticos.
Com isso, o desenvolvimento da agroenergia aponta dois resultados positivos: abre portas para a exportação de combustíveis limpos, como já acontece com o álcool, e para o ingresso de investimentos estrangeiros no país. Um dos mecanismos de desenvolvimento limpo é o mercado de carbono. Os países ricos poderão compensar suas emissões de poluentes financiando atividades que reduzam essas emissões no terceiro mundo.
A demanda por combustível limpo é imediata. Em 2008, entrou em vigor a resolução que obriga a adição de 2% de biodiesel em todo o óleo diesel derivado de petróleo consumido no Brasil. A produção de 176 milhões de litros, atende apenas 17% desse consumo potencial, estimado em 750 milhões de litros anuais.
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) autorizou o funcionamento de quatro usinas de biodiesel no país e há outras sete em processo de liberação. O desafio é superar as deficiências logísticas para que o país atinja a produção desses combustíveis em escala comercial. (sebrae)

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