Silencioso, não poluente, mais eficiente e seguro. Este é o perfil do ônibus que pode tornar o sistema brasileiro de transporte por coletivos um dos mais limpos do mundo. Lançado pela Coppe/UFRJ, na semana passada, durante a Rio + 20, o H2+2 é um veículo híbrido movido a energia elétrica obtida da rede convencional e produzida a bordo (por meio de uma pilha a combustível alimentada com hidrogênio e pela regeneração da energia cinética). O modelo desenvolvido pela Coppe já pode começar a rodar na Copa 2014. O ônibus está pronto e não há barreira tecnológica para começarmos a utilizá-lo. Já estamos preparados para produzir em larga escala”, afirmou o professor e coordenador do Laboratório de Hidrogênio da Coppe, Paulo Emílio Valadão de Miranda.
O H2+2 foi criado para substituir os ônibus convencionais a diesel e combina alta eficiência energética sem emissão de poluentes. O protótipo foi mostrado e testado após coletiva realizada no estande da Coppe, no Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca. “É fundamental destacar que toda a atividade apresentada aqui é financiada por empresas, ou seja, não há recurso público. Precisamos desta parceria para resgatar a dívida social que o Brasil tem com a população”, disse o diretor geral da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, durante a cerimônia de lançamento do ônibus, que contou com as presenças do presidente da Eletrobras/Furnas, Flavio Decat, e da superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Santander, Linda Murasawa.
Esta é a segunda versão do veículo, ainda mais eficiente no aproveitamento da energia e com custo de fabricação menor que a versão anterior, lançada em 2010. Mudanças no sistema de tração permitiram reduzir a potência da pilha a combustível e torná-la mais leve, sem comprometer o desempenho do veículo. O resultado é uma redução de 40% no consumo de hidrogênio e de 30% no custo de fabricação. Sua autonomia chega a 500 quilômetros, número muito superior ao deslocamento médio diário dos ônibus que rodam na cidade, que não ultrapassa 300 quilômetros.
Similar aos carros de Fórmula 1, o ônibus a hidrogênio da
Coppe recupera a energia cinética. Essa energia é aquela produzida com a
movimentação e que nos veículos comuns é desperdiçada durante as desacelerações
e frenagens. No H2+2, ela é regenerada em energia elétrica e reaproveitada. Como
a maior parte da matriz energética do Brasil se baseia em energia elétrica
proveniente de fontes renováveis e pouco poluentes, o H2+2 pode tornar o
sistema de transporte por ônibus no Brasil um dos mais sustentáveis do mundo.
Para os passageiros, o H2+2 terá um grande diferencial nas
suas viagens: o ônibus sustentável é muito mais silencioso do que aqueles
movidos a diesel. O veículo é o único com tecnologia 100% brasileira e sua
comercialização já está licenciada pela Tracel, empresa responsável também pela
criação de componentes do sistema de gerenciamento de energia.
O banco Santander já disponibilizou uma linha de crédito
especialmente voltada às prefeituras interessadas na compra dos ônibus. (ambienteenergia)
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