A eletricidade gerada a partir dos ventos ajuda a disseminar tecnologia de ponta pelo Brasil.
Num país em que 90% da eletricidade consumida é gerada por hidrelétricas, as chamadas fontes alternativas de energia sempre desempenharam um papel marginal. Esse quadro vem mudando rapidamente com a entrada em cena de sistemas que produzem eletricidade a partir da biomassa (qualquer matéria de origem vegetal), da luz solar e do vento. No caso da energia eólica (dos ventos), o crescimento do setor tem sido de 25% de acordo com dados do Centro de Referência para Energia Solar e Eólica (CRSE). Além de gerar energia limpa (não poluente), as usinas eólicas estão auxiliando na disseminação de tecnologia de ponta pelo país, já que geralmente utilizam turbinas de última geração e outros equipamentos sofisticados.
Integrante da equipe do Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE), o engenheiro Alexandre Pereira explica que a utilização da energia eólica em escala comercial começou há pouco mais de 30 anos. Na década de 70, com o início da crise mundial do petróleo, houve um interesse de países europeus e dos Estados Unidos em desenvolver máquinas para produção de eletricidade que diminuíssem a dependência do petróleo e carvão. “Com isso, mais de 50 mil empregos foram criados e uma forte indústria de componentes e equipamentos se desenvolveu”, diz Pereira.
De acordo com o Ministério das Minas e Energia (MME), o custo de geração da energia eólica ainda é um dos mais caros entre as tecnologias renováveis em nível comercial.
Entretanto, o custo do aerogerador (a turbina movida pelo vento), responsável por cerca de 70% do investimento, continua a cair com o aprimoramento tecnológico e a melhoria da eficiência das máquinas. “Essa redução do custo é assegurada, também, por meio da existência de um mercado mundial crescente, que, nos últimos 15 anos, quadruplicou sua potência instalada, passando de 10 gigawatts (GW) para 40 GW”, explica a Diretora de Energias Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Laura Porto.
No Brasil, medidas eficientes de vento realizadas recentemente, indicam a existência de um imenso potencial eólico ainda não explorado (em torno de 8,5 mil quilômetros de costa, isso sem contar as áreas interioranas). Hoje, a capacidade de geração eólica no País é de 20,3 megawatts (MW), com turbinas de médio e grande porte conectadas à rede elétrica. Ainda é pouco, quando comparada à capacidade de geração total do País: 84,6 mil MW. Mas, além dos médios e grandes empreendimentos, existem dezenas de turbinas eólicas de pequeno porte funcionando em locais isolados. O Estado do Ceará foi pioneiro na realização de um levantamento do seu potencial eólico.
Fora da região Nordeste, os resultados também começam a aparecer. Em Minas Gerais, por exemplo, uma central eólica está em funcionamento, desde 1994, em um local com ótimas condições de vento. Hoje, vários estados brasileiros possuem programas de levantamento de dados sobre a situação do vento. Há, instaladas, nove usinas eólicas nos Estados do Ceará, Paraná, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Pará e Minas Gerais. Dados do Centro de Referência para Energia Solar e Eólica indicam que, nos próximos dois anos, deverá haver uma expansão de 20 vezes no uso desse tipo de energia no Brasil. Segundo técnicos do Centro, é um setor que se expande a uma taxa de 25% ao ano, tendo crescido 65% apenas no ano de 1999. Como nem sempre há vento disponível para gerar eletricidade, o ideal é que as usinas eólicas façam parte de um sistema integrado com outras fontes de energia.
Hoje, existem mais de cem anemógrafos (medidores de velocidade do vento) computadorizados espalhados pelo Brasil. Um levantamento do CRSE mostrou que é possível produzir eletricidade a custos competitivos com centrais termoelétricas, nucleares e hidroelétricas. Análises dos recursos eólicos mostram a possibilidade de geração elétrica com custos da ordem de US$ 70 a US$ 80 por MW/hora. Atualmente, a situação da energia eólica no mundo está em amplo crescimento. Há mais de 30 mil turbinas de grande porte em funcionamento no mundo, com capacidade instalada de aproximadamente 31,1 mil MW.
A energia eólica poderá também resolver o grande dilema do uso da água do Rio São Francisco no Nordeste. Grandes projetos de irrigação às margens do rio podem causar um impacto negativo no volume de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas e, conseqüentemente, prejudicar o fornecimento de energia para a região. Entretanto, as maiores velocidades de vento no nordeste do Brasil ocorrem justamente quando o fluxo de água do Rio São Francisco é mínimo. Logo, as centrais eólicas instaladas poderão produzir quantidades expressivas de energia elétrica evitando que se tenha que utilizar a água do Rio São Francisco.
A utilização da fonte eólica permitirá ganhos energéticos, uma vez que o regime de ventos no Brasil, notadamente no Nordeste, é complementar ao regime hidráulico. A geração de empregos diretos e indiretos também acontecerá. “Não tenho dúvidas que isso permitirá a redução da emissão de gases do efeito estufa, a capacitação tecnológica e a geração de emprego e renda, uma vez que a indústria eólica é intensiva em mão de obra.
O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA, foi instituído pela Lei Nº 10.438, de 2002 e, depois, revisado pela Lei Nº 10.762, de 2003. O programa governamental tem como objetivo diversificar as fontes de energia disponíveis no Brasil e estimular a entrada de produtores independentes autônomos no mercado. Para isso, a estatal Eletrobrás se dispôs a comprar por 20 anos a eletricidade produzida por usinas eólicas, de biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
O PROINFA promoverá a implantação de 3,3 mil MW (1.100 MW para cada uma das três categorias) de capacidade e as usinas deverão estar concluídas em 2006. A geração eólica foi justamente a que atraiu maior número de interessados. Ao todo, foram oferecidos empreendimentos com capacidade para produzir 3,6 mil MW, embora apenas 1,1 mil MW tenham sido selecionados.
Em segundo lugar vieram as pequenas centrais hidrelétricas (PCH), com 1,9 mil MW, e as usinas de biomassa (995,2 MW). Biomassa foi a única das três fontes que não atingiu os 1,1 mil MW previstos pelo Ministério das Minas e Energia no programa.
Ao longo do prazo de 20 anos, a Eletrobrás proporcionará aos empreendedores selecionados uma receita de US$ 12 bilhões. O valor corresponde ao custo de US$ 600 milhões por ano que a Eletrobrás terá com a compra da energia produzida.
De acordo com o Presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau, os investimentos presentes nos 115 empreendimentos selecionados pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA, devem gerar 150 mil empregos diretos e indiretos. Segundo ele, durante a instalação, os empreendimentos acarretarão investimentos de R$ 8,6 bilhões. Desse total, cerca de R$ 4 bilhões serão destinados a contratação de máquinas e equipamentos. A partir da entrada em operação, os projetos devem gerar um faturamento anual de R$ 1,6 bilhão.O Diretor de Engenharia da estatal, Valter Cardeal, lembra que a Eletrobrás está estudando estender o prazo, previsto para terminar no final de Outubro, para a realização da segunda chamada pública direcionada aos projetos de biomassa. O alongamento do prazo daria aos empreendedores mais condições de ingressarem no Programa.
Num país em que 90% da eletricidade consumida é gerada por hidrelétricas, as chamadas fontes alternativas de energia sempre desempenharam um papel marginal. Esse quadro vem mudando rapidamente com a entrada em cena de sistemas que produzem eletricidade a partir da biomassa (qualquer matéria de origem vegetal), da luz solar e do vento. No caso da energia eólica (dos ventos), o crescimento do setor tem sido de 25% de acordo com dados do Centro de Referência para Energia Solar e Eólica (CRSE). Além de gerar energia limpa (não poluente), as usinas eólicas estão auxiliando na disseminação de tecnologia de ponta pelo país, já que geralmente utilizam turbinas de última geração e outros equipamentos sofisticados.
Integrante da equipe do Centro Brasileiro de Energia Eólica (CBEE), o engenheiro Alexandre Pereira explica que a utilização da energia eólica em escala comercial começou há pouco mais de 30 anos. Na década de 70, com o início da crise mundial do petróleo, houve um interesse de países europeus e dos Estados Unidos em desenvolver máquinas para produção de eletricidade que diminuíssem a dependência do petróleo e carvão. “Com isso, mais de 50 mil empregos foram criados e uma forte indústria de componentes e equipamentos se desenvolveu”, diz Pereira.
De acordo com o Ministério das Minas e Energia (MME), o custo de geração da energia eólica ainda é um dos mais caros entre as tecnologias renováveis em nível comercial.
Entretanto, o custo do aerogerador (a turbina movida pelo vento), responsável por cerca de 70% do investimento, continua a cair com o aprimoramento tecnológico e a melhoria da eficiência das máquinas. “Essa redução do custo é assegurada, também, por meio da existência de um mercado mundial crescente, que, nos últimos 15 anos, quadruplicou sua potência instalada, passando de 10 gigawatts (GW) para 40 GW”, explica a Diretora de Energias Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Laura Porto.
No Brasil, medidas eficientes de vento realizadas recentemente, indicam a existência de um imenso potencial eólico ainda não explorado (em torno de 8,5 mil quilômetros de costa, isso sem contar as áreas interioranas). Hoje, a capacidade de geração eólica no País é de 20,3 megawatts (MW), com turbinas de médio e grande porte conectadas à rede elétrica. Ainda é pouco, quando comparada à capacidade de geração total do País: 84,6 mil MW. Mas, além dos médios e grandes empreendimentos, existem dezenas de turbinas eólicas de pequeno porte funcionando em locais isolados. O Estado do Ceará foi pioneiro na realização de um levantamento do seu potencial eólico.
Fora da região Nordeste, os resultados também começam a aparecer. Em Minas Gerais, por exemplo, uma central eólica está em funcionamento, desde 1994, em um local com ótimas condições de vento. Hoje, vários estados brasileiros possuem programas de levantamento de dados sobre a situação do vento. Há, instaladas, nove usinas eólicas nos Estados do Ceará, Paraná, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Pará e Minas Gerais. Dados do Centro de Referência para Energia Solar e Eólica indicam que, nos próximos dois anos, deverá haver uma expansão de 20 vezes no uso desse tipo de energia no Brasil. Segundo técnicos do Centro, é um setor que se expande a uma taxa de 25% ao ano, tendo crescido 65% apenas no ano de 1999. Como nem sempre há vento disponível para gerar eletricidade, o ideal é que as usinas eólicas façam parte de um sistema integrado com outras fontes de energia.
Hoje, existem mais de cem anemógrafos (medidores de velocidade do vento) computadorizados espalhados pelo Brasil. Um levantamento do CRSE mostrou que é possível produzir eletricidade a custos competitivos com centrais termoelétricas, nucleares e hidroelétricas. Análises dos recursos eólicos mostram a possibilidade de geração elétrica com custos da ordem de US$ 70 a US$ 80 por MW/hora. Atualmente, a situação da energia eólica no mundo está em amplo crescimento. Há mais de 30 mil turbinas de grande porte em funcionamento no mundo, com capacidade instalada de aproximadamente 31,1 mil MW.
A energia eólica poderá também resolver o grande dilema do uso da água do Rio São Francisco no Nordeste. Grandes projetos de irrigação às margens do rio podem causar um impacto negativo no volume de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas e, conseqüentemente, prejudicar o fornecimento de energia para a região. Entretanto, as maiores velocidades de vento no nordeste do Brasil ocorrem justamente quando o fluxo de água do Rio São Francisco é mínimo. Logo, as centrais eólicas instaladas poderão produzir quantidades expressivas de energia elétrica evitando que se tenha que utilizar a água do Rio São Francisco.
A utilização da fonte eólica permitirá ganhos energéticos, uma vez que o regime de ventos no Brasil, notadamente no Nordeste, é complementar ao regime hidráulico. A geração de empregos diretos e indiretos também acontecerá. “Não tenho dúvidas que isso permitirá a redução da emissão de gases do efeito estufa, a capacitação tecnológica e a geração de emprego e renda, uma vez que a indústria eólica é intensiva em mão de obra.
O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA, foi instituído pela Lei Nº 10.438, de 2002 e, depois, revisado pela Lei Nº 10.762, de 2003. O programa governamental tem como objetivo diversificar as fontes de energia disponíveis no Brasil e estimular a entrada de produtores independentes autônomos no mercado. Para isso, a estatal Eletrobrás se dispôs a comprar por 20 anos a eletricidade produzida por usinas eólicas, de biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
O PROINFA promoverá a implantação de 3,3 mil MW (1.100 MW para cada uma das três categorias) de capacidade e as usinas deverão estar concluídas em 2006. A geração eólica foi justamente a que atraiu maior número de interessados. Ao todo, foram oferecidos empreendimentos com capacidade para produzir 3,6 mil MW, embora apenas 1,1 mil MW tenham sido selecionados.
Em segundo lugar vieram as pequenas centrais hidrelétricas (PCH), com 1,9 mil MW, e as usinas de biomassa (995,2 MW). Biomassa foi a única das três fontes que não atingiu os 1,1 mil MW previstos pelo Ministério das Minas e Energia no programa.
Ao longo do prazo de 20 anos, a Eletrobrás proporcionará aos empreendedores selecionados uma receita de US$ 12 bilhões. O valor corresponde ao custo de US$ 600 milhões por ano que a Eletrobrás terá com a compra da energia produzida.
De acordo com o Presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau, os investimentos presentes nos 115 empreendimentos selecionados pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA, devem gerar 150 mil empregos diretos e indiretos. Segundo ele, durante a instalação, os empreendimentos acarretarão investimentos de R$ 8,6 bilhões. Desse total, cerca de R$ 4 bilhões serão destinados a contratação de máquinas e equipamentos. A partir da entrada em operação, os projetos devem gerar um faturamento anual de R$ 1,6 bilhão.O Diretor de Engenharia da estatal, Valter Cardeal, lembra que a Eletrobrás está estudando estender o prazo, previsto para terminar no final de Outubro, para a realização da segunda chamada pública direcionada aos projetos de biomassa. O alongamento do prazo daria aos empreendedores mais condições de ingressarem no Programa.
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