O governo americano indicou ontem que está aberto a aumentar o volume de álcool na gasolina do país, em resposta a pedidos dos produtores de etanol, mas as autoridades que regulamentam esse setor adiaram a decisão até o ano que vem.
A briga para determinar o volume de etanol permitido na gasolina se tornou um cabo-de-guerra entre lobbys poderosos.
Os defensores dos interesses agrícolas e dos usineiros, e seus aliados políticos, querem que a Agência de Proteção Ambiental, conhecida pela sigla em inglês EPA, aumente o limite de etanol na gasolina de 10% para 15%. Os defensores do etanol alegam que há relativamente poucos veículos projetados para usar combustível com 85% de álcool e, portanto, eles não poderão cumprir a exigência do Congresso de que devem vender 136,3 bilhões de litros de "combustíveis renováveis" por ano a não ser que a concentração de etanol na gasolina comum seja aumentada.
"O mercado de E10 já está cheio atualmente", disse Jeff Broin, diretor-presidente da produtora de biocombustível POET LLC, referindo-se à atual concentração de 10% de etanol na gasolina. Sem garantias de que o mercado crescerá, disse Broin, os investidores não vão querer financiar a construção da próxima geração de usinas de biocombustível que produzem etanol celulósico de materiais como a gramínea switchgrass, ou Panicum virgatum, e também palha de milho ou resíduos sólidos. "Ninguém vai financiar um projeto quando não há mercado para o produto que sair da usina."
Mas as petrolíferas e as fabricantes de carros relutam em apoiar a mudança. As montadoras temem que muitos carros, especialmente os mais antigos e as picapes, podem ser danificados pela mistura de etanol acima do atual limite de 10%.
A EPA informou numa carta de 30 de novembro a um grupo de produtores de etanol, chefiado pelo general aposentado Wesley Clark, que os testes da agência até agora indicam que os carros fabricados de 2001 em diante "provavelmente comportarão misturas maiores de etanol". Mas a agência afirmou que precisa fazer mais testes para determinar o que acontece com os veículos durante períodos prolongados. A carta foi divulgada ontem.
"Se os resultados continuarem positivos e propiciarem a base necessária, estaremos posicionados para aprovar em seis meses o E15 para os carros produzidos em 2001 e depois", disse a administradora-assistente da EPA, Gina McCarthy.
"Se os dados revelarem possíveis problemas, então a decisão pode ter que ser adiada até que todos os testes sejam recebidos e analisados."
A abordagem da agência pode criar uma nova camada de complexidade para motoristas e varejistas de combustível. De acordo com a proposta da EPA, os carros produzidos antes de 2001 rodariam com a mistura de 10% de etanol, enquanto os carros mais novos poderiam usar a mistura com 15%, conhecida com E15. Cerca de 125 milhões de carros — ou metade da frota americana — têm oito anos ou mais, segundo uma associação do setor automotivo.
A carta da EPA e o adiamento de uma decisão definitiva motivou reações diversas.
A reação ficou dividida entre os que acham que o comunicado vai adiar permanentemente a mudança e os que acham que vai motivar o desenvolvimento de uma gasolina com mais etanol. Clark, vice-presidente da associação Growth Energy, disse que a EPA emitiu um "forte sinal de que estamos nos preparando para passar à E15".
"Apoiamos o uso apropriado dos combustíveis renováveis", disse um porta-voz da Ford Motor Co. "Acreditamos que existe a necessidade de compilar mais informações sobre a compatibilidade do E15 em aplicações veiculares, já que a maioria dos veículos nas estradas atualmente foi projetada para usar no máximo a E10."
A indústria petrolífera, que é obrigada a misturar o etanol à gasolina, expressou temores de que a EPA possa estar complicando a situação com a aprovação de proporções de álcool mais altas apenas para alguns carros.
Outros grupos também manifestaram procupação com a carta da EPA. O Conselho Nacional do Frango alertou que aumentar a mistura pode "se tornar um fardo injusto para os usuários de milho", já que o volume maior de milho usado na produção de combustível pode impulsionar o preço do ração."A EPA está sob forte pressão política para liberar os níveis mais altos de etanol na gasolina comum", disse Frank O'Donnell, presidente do Clean Air Watch, um grupo ambientalista. "A EPA claramente deu a enteder que estuda limitar o uso do E15 aos carros mais novos, a depender de mais testes."
A briga para determinar o volume de etanol permitido na gasolina se tornou um cabo-de-guerra entre lobbys poderosos.
Os defensores dos interesses agrícolas e dos usineiros, e seus aliados políticos, querem que a Agência de Proteção Ambiental, conhecida pela sigla em inglês EPA, aumente o limite de etanol na gasolina de 10% para 15%. Os defensores do etanol alegam que há relativamente poucos veículos projetados para usar combustível com 85% de álcool e, portanto, eles não poderão cumprir a exigência do Congresso de que devem vender 136,3 bilhões de litros de "combustíveis renováveis" por ano a não ser que a concentração de etanol na gasolina comum seja aumentada.
"O mercado de E10 já está cheio atualmente", disse Jeff Broin, diretor-presidente da produtora de biocombustível POET LLC, referindo-se à atual concentração de 10% de etanol na gasolina. Sem garantias de que o mercado crescerá, disse Broin, os investidores não vão querer financiar a construção da próxima geração de usinas de biocombustível que produzem etanol celulósico de materiais como a gramínea switchgrass, ou Panicum virgatum, e também palha de milho ou resíduos sólidos. "Ninguém vai financiar um projeto quando não há mercado para o produto que sair da usina."
Mas as petrolíferas e as fabricantes de carros relutam em apoiar a mudança. As montadoras temem que muitos carros, especialmente os mais antigos e as picapes, podem ser danificados pela mistura de etanol acima do atual limite de 10%.
A EPA informou numa carta de 30 de novembro a um grupo de produtores de etanol, chefiado pelo general aposentado Wesley Clark, que os testes da agência até agora indicam que os carros fabricados de 2001 em diante "provavelmente comportarão misturas maiores de etanol". Mas a agência afirmou que precisa fazer mais testes para determinar o que acontece com os veículos durante períodos prolongados. A carta foi divulgada ontem.
"Se os resultados continuarem positivos e propiciarem a base necessária, estaremos posicionados para aprovar em seis meses o E15 para os carros produzidos em 2001 e depois", disse a administradora-assistente da EPA, Gina McCarthy.
"Se os dados revelarem possíveis problemas, então a decisão pode ter que ser adiada até que todos os testes sejam recebidos e analisados."
A abordagem da agência pode criar uma nova camada de complexidade para motoristas e varejistas de combustível. De acordo com a proposta da EPA, os carros produzidos antes de 2001 rodariam com a mistura de 10% de etanol, enquanto os carros mais novos poderiam usar a mistura com 15%, conhecida com E15. Cerca de 125 milhões de carros — ou metade da frota americana — têm oito anos ou mais, segundo uma associação do setor automotivo.
A carta da EPA e o adiamento de uma decisão definitiva motivou reações diversas.
A reação ficou dividida entre os que acham que o comunicado vai adiar permanentemente a mudança e os que acham que vai motivar o desenvolvimento de uma gasolina com mais etanol. Clark, vice-presidente da associação Growth Energy, disse que a EPA emitiu um "forte sinal de que estamos nos preparando para passar à E15".
"Apoiamos o uso apropriado dos combustíveis renováveis", disse um porta-voz da Ford Motor Co. "Acreditamos que existe a necessidade de compilar mais informações sobre a compatibilidade do E15 em aplicações veiculares, já que a maioria dos veículos nas estradas atualmente foi projetada para usar no máximo a E10."
A indústria petrolífera, que é obrigada a misturar o etanol à gasolina, expressou temores de que a EPA possa estar complicando a situação com a aprovação de proporções de álcool mais altas apenas para alguns carros.
Outros grupos também manifestaram procupação com a carta da EPA. O Conselho Nacional do Frango alertou que aumentar a mistura pode "se tornar um fardo injusto para os usuários de milho", já que o volume maior de milho usado na produção de combustível pode impulsionar o preço do ração."A EPA está sob forte pressão política para liberar os níveis mais altos de etanol na gasolina comum", disse Frank O'Donnell, presidente do Clean Air Watch, um grupo ambientalista. "A EPA claramente deu a enteder que estuda limitar o uso do E15 aos carros mais novos, a depender de mais testes."
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