segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O Mercado de Energia Eólica no Brasil e no Mundo

Brasil: vento, energia e investimento
Energia: importância e impactos
A energia é um dos principais insumos da indústria
A disponibilidade, o preço e a qualidade do suprimento energético são fundamentais para a competitividade
O custo da energia para o consumidor industrial tem crescido acima da inflação
Restrições ambientais têm adiado os projetos de expansão do parque gerador
Brasil: contexto atual
Perspectiva de crescimento econômico que deve se intensificar nos próximos anos (PAC)
A indústria está com 86% de sua capacidade instalada em atividade:
Maior nível de atividade registrado nos últimos 30 anos
As tendências apontam para a ampliação do nível de atividade industrial
O debate sobre como atender o crescimento da demanda por energia foi recolocado em pauta:
Escassez de gás natural
Atraso nos cronogramas de construção de novas usinas
Diversificação da Matriz Energética
A busca de soluções para reduzir o impacto do aumento do custo e da insegurança do abastecimento de energia passa pela diversificação da matriz energética
A escolha pela diversificação deve ter como foco as especificidades do País e as vantagens comparativas de que dispomos
Foco: competitividade do produto brasileiro
Energia Eólica: potencial brasileiro
Segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, nosso potencial de geração eólica de energia é da ordem de 143 GW (mais de 10 Itaipus)
Para se ter uma idéia da grandeza desse número, todo o parque gerador brasileiro produz 96 GW
Região Nordeste: 75 GW
Considerada uma das regiões mais bem servida de ventos do Planeta
Brasil: matriz elétrica
Energia Eólica: barreiras
Ausência de uma política de incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional de equipamentos
Apenas duas empresas fornecem equipamentos para a geração de energia eólica no Brasil:
Wobben Wind Power (subsidiária brasileira do grupo alemão Enercon) tem fábricas em Sorocaba (SP) e Pecém (CE), emprega 750 funcionários, produz aerogeradores completos: torres, turbinas e pás, metade dos clientes são do exterior Tecsis, tecnologia 100% nacional, também instalada em Sorocaba (SP), fabrica pás e fornece para gigantes mundiais como a GE
Condições de financiamento
Licenciamento ambiental
Conexão à rede (regulamentação, custo e estrutura física)
Ambiente político-regulatório incerto (aumento dos custos)
Energia Eólica nos EUA
Em 2005 e em 2006 os EUA forem líderes em adição de capacidade
Esse crescimento resultou, entre outros fatores, de uma política agressiva de incentivos via créditos tributários e fundos para investimentos em tecnologia
O Departamento de Energia dos EUA (US DOE) trabalha em parceria com a indústria eólica
O programa de energia eólica do DOE resultou na criação e amadurecimento da indústria local, que hoje é exportadora de equipamentos e apresenta recordes de crescimento
Energia Eólica nos EUA
A capacidade instalada em 2006 (2,4 GW) representou investimentos de aproximadamente US$ 4 bilhões
Principais objetivos da política norte-americana:
Prover 20% da demanda elétrica dos EUA até 2030
Alcançar a liderança em tecnologias limpas de geração
Objetivos secundários:
Melhorar a qualidade do meio ambiente
Revitalizar áreas rurais (royalties pelo uso da terra)
Energia Eólica no Mundo: perspectivas
Em 2010 espera-se que a capacidade instalada no mundo alcance 132 mil MW (hoje são 78,7 mil MW instalados):
A Europa deve perder sua posição de liderança
As previsões indicam que 41% da capacidade estarão fora da Europa
A meta dos chineses é alcançar 5 mil MW até 2010:
A China, hoje com 2,4 mil MW, tem 20 fabricantes de turbinas que empregam em torno de 25 mil pessoas
Em 2014, espera-se 210 mil MW instalados no mundo
A meta da Alemanha é atender 30% da demanda de eletricidade com energia eólica até 2030:
Hoje, na Alemanha, a indústria eólica já consome mais aço e emprega mais pessoas que a indústria automobilística
Energia Eólica no Brasil: perspectivas
O Brasil pode se tornar um grande produtor
Vantagens competitivas brasileiras:
70% da população estão concentradas na faixa litorânea, onde está localizada a maior parte do potencial eólico.
Nossos ventos, em média, têm velocidades altas e, em geral, são estáveis e bem comportados.
Complementaridade energética decorrente da sazonalidade dos ventos e da hidraulicidade.
Para tanto, é necessário uma política de desenvolvimento da indústria nacional de equipamentos eólicos e incentivos à pesquisa tecnológica.
Precisa-se criar uma base industrial sólida para sustentar o mercado, uma cadeia produtiva nacional consolidada.
Conclusões
A expansão da energia eólica requer incentivos e medidas que atraiam investimentos não só na geração mas também na fabricação de equipamentos
É necessário investir em pesquisa e desenvolvimento tecnológico:
O Brasil precisa desenvolver modelos de pás e geradores apropriados para o aproveitamento das características das jazidas eólicas nacionais.
A fabricação nacional de equipamentos tem o potencial de baixar os custos, apontados como o principal gargalo para as energias renováveis.
A falta de investimentos e planejamento de longo prazo por parte do governo federal (política setorial) são os principais fatores contra o desenvolvimento da energia eólica no país.
Temos condições de instalar e ampliar plantas industriais para atender o mercado interno e nos tornar uma plataforma de exportação de equipamentos para produção de energia de fontes alternativas.
Há demanda mundial por equipamentos e uma cadeia produtiva a ser alavancada, com perspectivas de geração de emprego em larga escala.
A energia de fontes alternativas é viável. Temos tecnologia, perspectiva de escala e preço. Falta um projeto ousado, de longo prazo, com apoio de recursos públicos para desenvolver a indústria eólica no país e, conseqüentemente, ampliar o parque eólico nacional.

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