quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Ventos e sol podem garantir energia para mais de 2/3 da população mundial

É o que revelam os novos relatórios do Greenpeace, Geração Solar e Revolução Elétrica do Mar do Norte, lançados na Europa.
Em 2030, a energia solar poderá atender às necessidades energéticas de dois terços da população mundial e a geração eólica em alto-mar, no Mar do Norte, poderá fornecer energia para 71 milhões de residências na Europa. Essas são as principais conclusões dos relatórios internacionais Geração Solar e Revolução Elétrica do Mar do Norte (textos em inglês), lançados esta semana pelo Greenpeace.
O relatório Geração Solar, que está em sua quinta edição, foi produzido em conjunto com a Associação Européia da Indústria Fotovoltaica. Os números confirmam o impressionante crescimento da energia solar no mundo e seu enorme potencial energético. Em 2030, estima-se que estejam instalados mais de 1.800 GW de painéis fotovoltaicos no mundo. Essa capacidade deve gerar 2.600 terawatts/hora (1 tera = mil gigas) de eletricidade por ano, ou 14% da demanda global, atendendo a 1,3 bilhões de pessoas em áreas cobertas por sistemas elétricos e outros 3 bilhões de pessoas em áreas rurais sem acesso a eletricidade.
O setor fotovoltaico será também o responsável pelo crescimento de economias locais. O número de empregados no setor, trabalhando na fabricação, instalação e manutenção dos painéis, pode crescer dos atuais 120 mil para 10 milhões no mundo em 2030.
A energia solar produzida pelos painéis fotovoltaicos tem um potencial energético enorme no Brasil e no mundo. Para viabilizar este potencial, é essencial o apoio governamental através da aplicação de medidas políticas como as tarifas feed in. A aplicação deste mecanismo em diversos países tem garantido o crescimento do setor, permitindo que o consumidor possa operar seu próprio sistema solar em casa e ser remunerado pela geração excedente de energia.
O relatório Revolução Elétrica do Mar do Norte, coordenado pelo 3E, aponta as vantagens da interconexão de parques eólicos offshore entre o Reino Unido, a Escandinávia, os Países Baixos, a França e a Alemanha. A conexão reduziria a variação da geração eólica no mar e também serviria para a distribuição de outras energias renováveis, garantindo o fornecimento estável de eletricidade ao sistema.
O estudo indica que a geração eólica offshore no Mar do Norte pode gerar 250 TWh de eletricidade por ano, atendendo a 13% do suprimento dos países da região. Um parque offshore médio produz eletricidade durante mais de 90% do ano e a interconexão destes parques garantiria uma capacidade firme entre 10 e 68 GW. Esta rede forneceria energia a 71 milhões de residências e contribuiria para a redução significativa de gases de efeito estufa.
O potencial de geração offshore no Brasil ainda não foi levantado, mas é certamente superior aos 143 GW do potencial de geração eólica em terra. A utilização desta energia no futuro pode atender a boa parte do aumento da demanda nacional nas próximas décadas e eliminar definitivamente a necessidade de construção de termelétricas fósseis e nucleares, no país.

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